domingo, 17 de maio de 2009
Intercambistas II
sábado, 16 de maio de 2009
Sertanejo Universitário
Por Paula Pino
Para uma típica garota urbana com um gosto musical também urbano, não fazia muito sentido estar em meio a cowboys e cowgirls de chapéus, bota, e fivela ao som de duplas sertanejas cantando o sertão, o amor, e as desilusões amorosas. Pois na minha cabeça essa seria a imagem de um show de duplas sertanejas, puro engano. Indo a um desses pude perceber que desde Chitãozinho & Xororó muita coisa mudou. Músicas aceleradas, com uma levada de rock, pop e axé, além de regravações de musicas que fizeram sucesso em ritmos bem diferentes. Assim descobri um novo estilo musical o Sertanejo Universitário. Para quem tinha um total preconceito com o sertanejo, até que experiência foi bem prazerosa. Musicas fáceis de decorar, bem estilo chiclete que não sai da cabeça, porém divertidas e gostosas de cantar. E quem esperava ver cowboys de fivela, espora e chapéu se surpreendeu ao ver jovens universitários bonitos e bem vestidos fazendo parte da platéia, isso, talvez, pela influencia daqueles colegas que vieram do interior e trouxeram consigo seus costumes e gostos musicais e enfeitiçaram seus amigos paulistanos ex-preconceituosos com a musica sertaneja, que é o meu caso.
No show, que no caso era da dupla João Bosco & Vinicius, famosa entre o publico universitário,via-se de tudo, desde típico peão, a empregada doméstica até a patricinha. Todos se deixando levar por um ritmo empolgante que fazia todo mundo cantar em alto e bom som. Efeitos especiais, fogos de artifício, telões tudo da maior tecnologia não devia muito à shows de superestrelas internacionais. Cantaram musicas próprias como “Chora, me liga” e “Sufoco”, sucessos da dupla, na hora dessas músicas o pessoal foi ao delírio, além de musicas conhecidas na voz de outros grupos como Inimigos da HP (pagode). Já para o fim a da apresentação uma chuva densa começou a cair, mas nem assim o publico desanimou, os cantores, muito animados, também não desistiram e incentivaram a galera molhada a fazer um corredor e irem de um lado para o outro, como se faz nas micaretas. Depois dessa pensei “realmente o sertanejo está bem mudado”. Sai de lá gostando do que vi, e deixando de lado um preconceito tolo que tinha do interior e de sua musica e com aquele gostinho de quero mais.
sexta-feira, 15 de maio de 2009
"We forward in this generation triumphantly"
Reparei que muitos fechavam os olhos, se deixavam levar por aquele ritmo seqüencial, marcante do reggae, talvez imaginando como teria sido conhecer o “rei”. Mas a constante “fumaça” desagradou. E aí entra outra questão polêmica: sim, o uso da ganja ou maconha, para os leigos, é vista como atitude sacramental pelos rastafáris. Mas no Brasil, e talvez no resto do mundo, aos olhos dos que não fazem parte dessa tribo, ser regueiro virou sinônimo de “maconheiro”, o que mostra uma completa desvirtuação dos valores da filosofia rastafári.
Ao acabar o show, saí realizada, mas com milhões de pensamentos desconexos na cabeça. Entender essa tribo parece fácil, mas não é. Existe muita história, sentimento e identificação dentro dessa tribo, que hoje em dia, é vista com preconceitos, mas que por outro lado, também é capaz de gerar muitos outros, já que se caracteriza por preservar uma cultura e religião totalmente diferentes do que a maioria preserva e enxerga como aceitável. Mais uma tribo incrível.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
A Tribo Corintiana - Crônica
Corinthians X CRB, 10 de maio de 2008. Nesse primeiro jogo do time alvinegro na Série B, a energia era intensa. Para uma leiga em futebol e virgem em assistir um jogo ao vivo como eu, todos os detalhes da partida eram encarados como experiências novas constantes! A tribo dos torcedores de futebol era vibrante, contagiante. Parece brincadeira, mas a massa corintiana havia me infectado com sua empolgação. Percebi na tribo um sentimento de que o mundo iria acabar se o Corinthians não ganhasse. E ganhou! Por 3 a 2 contra o CRB de Alagoas, os torcedores deixaram o Pacaembu em estado de êxtase, sensação de dever cumprido.
Aprendi algumas lições: ir a um jogo de futebol exige preparação, como tomar uma cerveja antes, usar a camiseta do time, e quem sabe, tentar deixar o nervosismo em casa. Assim que entrei no estádio, me senti maravilhada de ver um campo vazio, me deu uma certa “alegria brasileira”, e compreendi um pouco mais o motivo da adoração dos torcedores pelo futebol: a sensação é muito gostosa.
Por falta de conhecimento futebolístico, claro que o que mais chamava atenção era a diferença entre as torcidas, que ficavam da arquibancada verde para a amarela mais ou menos nessa ordem: Pavilhão 9, Camisa 12, Estopim e Gaviões!
Pavilhão 9,prazer em conhecer.
O jogo rolava e eu não tirava meus olhos de uma torcida específica: o Pavilhão 9. Vestidos de presidiários e com uma empolgação fora do comum (não sei de onde tiram tanta energia! Talvez minha dificuldade esteja no fato de que não sou uma torcedora.), achei incrível a movimentação de tantos corpos juntos, balançando em um mesmo ritmo. O efeito que se tem é quase artistico.
E absorta em pensamentos que me faziam viajar cada vez mais longe do estádio… GOL! O Segundo gol do Corinthians me fez cair na real, e para me acordar mais ainda, fui levada entre os torcedores em uma explosão de emoção. De repente me vi comemorando também, eu que há uma hora atrás afirmava para todos:”não torço para ninguém! Futebol não é tão importante assim!” E foi então que percebi, torcedor corintiano é emoção, é raça, é impulso! Acredito que essa característica é comum para todos os torcedores de futebol.
Por fim, o jogo acaba, e voltando para casa a pé, me sentia diferente: parte de um conjunto. Tinha a estranha convicção de que, em alguma maneira, fui importante para aquela massa, para aquela emoção, para a transmissão quase viral de energia.
Os torcedores se unem em prol de um objetivo em comum, conhecidos se tornam melhores amigos. E parece que não existem problemas durante aqueles 90 minutos de existência de um mundo particular, à parte da São Paulo caótica e real. Quem dera a vida fosse feita das sensações obtidas em um jogo em que seu time é vitorioso.