quarta-feira, 13 de maio de 2009

A Tribo Corintiana - Crônica

Por Leticia Born

Corinthians X CRB, 10 de maio de 2008. Nesse primeiro jogo do time alvinegro na Série B, a energia era intensa. Para uma leiga em futebol e virgem em assistir um jogo ao vivo como eu, todos os detalhes da partida eram encarados como experiências novas constantes! A tribo dos torcedores de futebol era vibrante, contagiante. Parece brincadeira, mas a massa corintiana havia me infectado com sua empolgação. Percebi na tribo um sentimento de que o mundo iria acabar se o Corinthians não ganhasse. E ganhou! Por 3 a 2 contra o CRB de Alagoas, os torcedores deixaram o Pacaembu em estado de êxtase, sensação de dever cumprido.

Aprendi algumas lições: ir a um jogo de futebol exige preparação, como tomar uma cerveja antes, usar a camiseta do time, e quem sabe, tentar deixar o nervosismo em casa. Assim que entrei no estádio, me senti maravilhada de ver um campo vazio, me deu uma certa “alegria brasileira”, e compreendi um pouco mais o motivo da adoração dos torcedores pelo futebol: a sensação é muito gostosa.

Por falta de conhecimento futebolístico, claro que o que mais chamava atenção era a diferença entre as torcidas, que ficavam da arquibancada verde para a amarela mais ou menos nessa ordem: Pavilhão 9, Camisa 12, Estopim e Gaviões!


Pavilhão 9,prazer em conhecer.

O jogo rolava e eu não tirava meus olhos de uma torcida específica: o Pavilhão 9. Vestidos de presidiários e com uma empolgação fora do comum (não sei de onde tiram tanta energia! Talvez minha dificuldade esteja no fato de que não sou uma torcedora.), achei incrível a movimentação de tantos corpos juntos, balançando em um mesmo ritmo. O efeito que se tem é quase artistico.

E absorta em pensamentos que me faziam viajar cada vez mais longe do estádio… GOL! O Segundo gol do Corinthians me fez cair na real, e para me acordar mais ainda, fui levada entre os torcedores em uma explosão de emoção. De repente me vi comemorando também, eu que há uma hora atrás afirmava para todos:”não torço para ninguém! Futebol não é tão importante assim!” E foi então que percebi, torcedor corintiano é emoção, é raça, é impulso! Acredito que essa característica é comum para todos os torcedores de futebol.

Por fim, o jogo acaba, e voltando para casa a pé, me sentia diferente: parte de um conjunto. Tinha a estranha convicção de que, em alguma maneira, fui importante para aquela massa, para aquela emoção, para a transmissão quase viral de energia.
Os torcedores se unem em prol de um objetivo em comum, conhecidos se tornam melhores amigos. E parece que não existem problemas durante aqueles 90 minutos de existência de um mundo particular, à parte da São Paulo caótica e real. Quem dera a vida fosse feita das sensações obtidas em um jogo em que seu time é vitorioso.

3 comentários:

  1. Animal!!!
    isso ae, aprendendo a ser corintiana!
    sensacional o post! o melhor
    bjos!

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  2. meus parabens pela cronica. em resposta ao seu tweet message, sou colecionador sim, meu blog sobre o tema é esse que aparece na minha assinatura e, apesar de carioca da gema, SOU CORINTIANO! Portanto ,curti muito sua cronica, nao so por ser sobre o timao,mas tbm porque cronica eh a forma literaria q eu mais curto,mesmo apos o academicismo dos anos na faculdade de letras.
    Bem,furtebol é,algo que tira a razao do homem, tanto pra ruim,como nos infelizes atos violentos, como pro bem e pra coisas esquisitas... pois um homem levar um beijo no rosto de outro homem barbado, machao assumido e DESCONHECIDO, é algo normal, e bastante compreensivo nesse momento catartico do "objetivo' (goal!) alcançado.

    Essa semana vou tero privilegio de ver meu time de coração na cidade por 2 vezes (domingo e 4a), depois de mais de um ano esperando de novo por esse momento. é mta emoçao,hehe
    =D

    bjus do novo amigo,

    Antonio Bordallo

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  3. É isso ae a massa corinthiana cresce a cada jogo...
    ei corinthians vc é meu amor eu sou pavilhão9 e boto o terror...

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