domingo, 17 de maio de 2009

Intercambistas II

Por Leticia Born
Retomando um post antigo, a vontade de escrever mais sobre essa incrível tribo, surgiu.

Para os intercambistas, a aventura começa no aeroporto. Passadas as burocracias e a noite mal dormida tamanha a ansiedade por viajar logo, você se dá conta que sua epopéia pessoal está para começar. Sentada na poltrona do avião, percebia que eu não era a única intercambista: uma ia para a Inglaterra fazer curso de Design de interiores, outro ia para Roma, aprender italiano. Todos, inclusive eu, pareciam não entender muito o sentimento que guardavam dentro de si: misto de ansiedade com medo. Não importa o que você vai fazer no exterior, indo de um simples curso de idiomas até especialização em uma universidade, o “medinho” que se sente é comum a todos os intercambistas. Mas essa insegurança costuma passar logo. Após dois dias presa em Guarulhos por “falta de uma peça no avião”, finalmente estava embarcando para a Espanha. Assim que cheguei na cidade de destino, minha mala não estava lá para me acompanhar na trajetória. Talvez fosse Deus dizendo que não era para sair do Brasil. Passada a frustração, a aventura começou: uma rotina de aulas de espanhol, seguidas de praia, e à noite festa, me deixaram mal acostumada e surpresa com a qualidade de vida daquele país sensacional. Os intercambistas possuem o instinto de se unirem: unidos, venceremos. E comigo não seria diferente, me agrupei com outros brasileiros que passavam pela mesma experiência que eu. Mas aos poucos, estrangeiros foram se unindo também, e logo, um misto de culturas estava feito, e aquilo foi um exercício para a memória e para meu aprendizado da língua. Aprendi muito com a riqueza de culturas que se encontrava ali.


Os intercambistas se unem em uma explosão de culturas

Mas a vida de intercambista não são mil maravilhas: perrengues e se encontrar em uma situação difícil de sair, são comuns, para não dizer constantes!O intercambista abre sua cabeça e começa a aceitar situações e costumes que definitivamente não são comuns em seu país.



O intercambista constantemente se assusta com o choque cultural

As aulas são apenas parte da experiência do intercambista, que no fundo ganha experiência, mundivivência e historias para contar. As viagens e as estadias em albergues são uma experiência a parte, capaz de abrir seus olhos perante a novas realidades. A tribo dos intercambistas ganha experiência e maturidade, e ao retornar ao pais de origem, percebe o quanto aquela viagem engrandeceu sua cultura.

As aulas são apenas parte da experiencia do intercambista

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